sexta-feira, 10 de junho de 2011

RESENHA: “Nós que aqui estamos por vós esperamos”


Um belíssimo documentário, uma poesia visual, narrando através de imagens e algumas citações toda a memória do Século XX. As descobertas, avanços, erros, construções, inovações e loucuras que a humanidade alcançou nesses 100 anos de história. Uma viagem nos diversos contextos sociais, passando pela política, pela cultura, economia e suas mudanças. Na arte, o importante pintor espanhol Pablo Picasso. Os artistas Franceses. As mulheres dançarinas , avanços no cinema, brilhantes artistas como o dançarino Fred Astaire e até o futebol, imortalizado por Mané Garrincha.
Na tecnologia a criação da fábrica de carros Ford em 1913, a criação da máquina de escrever, o telefone e a infeliz 1ª Guerra mundial, onde o avião foi usado como arma na França em 1914. Na segunda Guerra mundial os países especializaram esses aviões e estimularam a criação da aeronáutica como arma militar.
Albert Einstein em 1905 apareceu unindo o principio da relatividade, publicou uma série artigos que transformaram a maneira da humanidade conceber o universo. Yuri Gagarim, russo, que disse do espaço “ a terra é azul!”.
As guerras, que embora após sua passagem nos trouxeram até alguns saltos no desenvolvimento de alguns setores das sociedades, evidenciaram a banalização da vida, a falta de respeito ao outro e a prova da falta diplomacia e controle humano. As injustiças de que o homem é capaz de cometer. Os paranóicos, Hitler, Stalin, Mussolini, que conceituados como portadores de uma psicose caracterizada pelo desenvolvimento de um delírio crônico de grandeza, de perseguição, de zelo etc, atuando de forma marcante e inescrupulosa, deixaram um rastro de morte e perdas no mundo.
Todas as mudanças que foram empreendidas por seres humanos e as conseqüências de suas criações. Freud e o desvendamento do inconsciente são também retratados nessa obra que inicia e finaliza-se num cemitério, mostrando a brevidade da vida humana e a importância das suas contribuições. 
Criações que nós, seres humanos, observamos e participamos.
Enxergamos o mundo pelo prisma de nossa própria consciência, achamos que somos únicos e que nossas criações, idéias e feitos serão eternas, porem tudo termina e um dia só seremos uma lembrança registrada ou não no cenário mundial, enquanto “passamos adiante”, terminamos. Só nossa singularidade marca um período histórico, como um dado demográfico ou epistemológico, viramos um dos 6 bilhões que habitam hoje a terra. Um dia ativos, num outro, estatística.
Criamos, enquanto vivemos, ou melhor, passamos , nos locais e nas circunstâncias onde estamos inseridos, essas vivencias compõem a tapeçaria da vida num dado momento e são os marcos que sinalizam uma época, viram história e  base, diretrizes para os que vem em seguida.
 Todos nós que vivemos e formamos hoje o que chamamos humanidade estaremos um dia “repousando“ em algum cemitério dizendo também em lápides para os que estarão passando:“nós que aqui estamos por vós esperamos”!
Que nossas vidas possam somar nessa grande tapeçaria que é a vida e que possamos ser um dia, uma Maria, um João, que alem de ter amado, estudado sofrido e gostado de sorvete, tenhamos colaborado para que aqueles que virão depois de nós possam caminhar sob bases de boas criações e recriando nossas idéias, frutos de subjetividades únicas, singulares, atuantes ou anônimas que somos, dêem continuidade ao que chamamos Evolução.
RESENHA DO FILME – Nós que aqui estamos por vós esperamos, Documentário dirigido por Marcelo Masagão em 1998,Brasil,com duração de 55 minutos,Parte histórica: José Eduardo Valadares e Nicolau Sevcenko , Psicanálise: Andréa Meneses Masagão e Heidi Tabacov. Música: Win Mestens

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